VATICANO, 1 de fev de 2007 às 12:33
Ao receber esta manhã uma delegação da "Fundação para a Investigação e o Diálogo Inter-religioso e Inter-cultural" com sede na Jordânia, o Papa Bento XVI destacou a urgência de impulsionar com mais energia o diálogo inter-religioso para obter a paz no mundo.
Falando com a delegação integrada pelo Arcebispo Damaskinos, metropolitano de Andrinopla e o príncipe Hassan da Jordânia, o Pontífice recordou que ele mesmo foi um dos membros fundadores dessa instituição, e deu as graças ao metropolitano pelo presente do primeiro fruto de seus trabalhos: a edição conjunta, em língua original e em ordem cronológica, dos três livros sagrados das três religiões monoteístas.
“Era o primeiro projeto que pensamos –disse– para contribuir de forma específica e positiva ao diálogo entre as culturas e entre as religiões”.
“Judeus, cristãos e muçulmanos estamos chamados a reconhecer e a desenvolver os laços que nos unem. Desde aí a idéia que nos levou a criar esta fundação, cujo objetivo é encontrar ‘a mensagem mais essencial e mais autêntica que as três religiões monoteístas, ou seja, Judaísmo, Cristianismo e Islã, possam comunicar ao mundo do século XXI, com o fim de dar um novo impulso ao diálogo inter-religioso e inter-cultural, mediante a busca comum e a difusão daquilo que em nossos patrimônios espirituais respectivos contribui a reforçar os laços fraternais entre nossas comunidades de fiéis”.
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Bento XVI destacou que o descobrimento dos textos que são sagrados para tantas pessoas “nos obrigam ao respeito mútuo, no diálogo crédulo. Os homens de hoje esperam de nós uma mensagem de concórdia e de serenidade, e a manifestação concreta de nossa vontade comum de ajudar a realizar sua aspiração legítima a viver na justiça e na paz”.
“Os trabalhos da Fundação contribuirão para uma tomada de consciência cada vez maior de tudo aquilo que, nas diferentes culturas de nosso tempo, é conforme à sabedoria divina e serve à dignidade do homem, para discernir melhor e para rechaçar tudo o que é usurpação do nome de Deus e desnaturalização da humanidade do homem”, acrescentou o Papa.
O Pontífice concluiu destacando que “nossas respectivas tradições religiosas insistem no caráter sagrado da vida e na dignidade da pessoa humana”. “Com todos os homens de boa vontade, aspiramos à paz. Por isso, repito com insistência: a busca e o diálogo inter-religioso e inter-cultural não são uma opção, mas sim uma necessidade vital para nosso tempo”.